2014 será um ano histórico para a Feira Nacional da Agricultura, que bateu a grande maioria dos recordes e chega este domingo ao fim da 51ª edição com um balanço muito positivo.
Segundo os dados fornecidos pela organização, além do já anunciado recorde de expositores, cerca de 650, o número de visitantes deverá ultrapassar os 200 mil, contabilizados nos torniquetes, se a afluência este domingo se mantiver nos níveis esperados.
Anselmo Ralph torna-se o novo recordista em termos de afluência aos espetáculos musicais, ao colocar um pouco mais de 52 mil pessoas na noite de sábado, 14 de junho.
O anterior recorde pertencia a Pablo Alboran, que em 2012 levou aproximadamente 44 mil espetadores ao Cnema.
“Os números não são o mais importante para nós”, salientou Luís Mira, o secretário-geral da CAP durante a conferência de imprensa que serviu para apresentar um primeiro balanço desta edição da feira.
“O que nos interessa é a satisfação dos expositores e do público, e é nesse sentido que vamos continuar a trabalhar e a introduzir evoluções” no certame, explicou o responsável, salientado ser este a fórmula “para que as pessoas regressem no ano seguinte à feira”.
“Esta feira cumpriu os seus objetivos não pelos números, mas porque correu acima das expetativas dos expositores”, acrescentou Luís Mira, explicando que, apesar de não ser possível traduzir em números ou quantificar em euros o valor dos negócios realizados durante a feira, os profissionais do sector realizaram mais transações comerciais.
Agricultura está, “finalmente”, no centro da agenda política
Outro dos aspetos positivos destacados pela organização é o facto da agricultura e da própria feira estar no centro da agenda política, depois de vários anos em que a dimensão do sector agrícola foi secundarizada em termos económicos.
A prova disso, segundo Luís Mira, é o facto de terem passado pelo certame o primeiro-ministro, seis ministros, sete secretários de Estado, todos os líderes dos principais partidos políticos da oposição e até a ministra espanhola da agricultura, que inaugurou o certame juntamente com a titular da pasta portuguesa, outro facto inédito ao longo das edições que a feira já leva.
“Esta é uma declaração política de confiança no sector agrícola” afirmou o responsável pela organização, destacando que, em conjuntura de crise, a agricultura nunca parou de crescer, de se modernizar, de investir e de “criar riqueza para o país”.
Luís Mira sublinhou ainda que a feira acolheu também a apresentação da linhas estratégicas da nova Política Agrícola Comum 2014 – 2020, que contém as linhas gerais que vão guiar todos os investimentos estratégicos no sector nos próximos cinco anos
Feira cumpriu objetivos de promover o melhor de Portugal
Da edição deste ano, Luís Mira destacou a participação positiva dos agentes da fileira florestal, os concursos de animais, com destaque para o cavalo, as 28 conferências temáticas e colóquios profissionais que decorreram nas 5 salas do Cnema, e o funcionamento e a dinâmica associada ao salão “Prazer de Provar”, onde decorreram as muito procuradas ações de cozinha ao vivo e o “Portugal Sou Eu”, entre muitas outras atividades.
A Nave A do Cnema teve também em exposição os produtos tradicionais portugueses premiados nos 12 concursos para eleger “o melhor dos melhores”, que decorreu entre os meses de dezembro e maio.
Para ilustrar a importância desta iniciativa para os produtores e fabricantes, Luís Mira deixou o exemplo do vencedor na categoria do bolo-rei, que produzia cerca de 800 quilos antes de ser eleito o melhor, e fabrica agora seis toneladas.