A câmara e a Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) assinaram hoje um protocolo de colaboração com vista à criação do Centro de Inovação Empresarial de Santarém.
O documento, que prevê a instalação do centro nas instalações da antiga Escola Prática de Cavalaria, no centro da cidade, contempla ainda a transferência para aquele local dos serviços do núcleo de Santarém da Nersant, atualmente situados na zona industrial da cidade.
"É um dia extraordinariamente importante para a região de Santarém", disse a presidente da Nersant, Salomé Rafael, que salienta a aposta da associação na criação de novas empresas e no apoio a pessoas desempregadas que queiram criar o seu posto de trabalho.
"No âmbito do empreendedorismo já recebemos cerca de 300 ideias de negócios, 180 das quais que considerámos com viabilidade. Oitenta delas já estão mesmo no terreno a trabalhar e com postos de trabalho criados", afirmou Salomé Rafael.
O futuro Centro de Inovação Empresarial de Santarém vai ter 16 espaços para a instalação de ‘start-up’ de empresas no concelho. O edifício terá ainda de sofrer obras de remodelação, num investimento que a autarquia estima entre 330 a 340 mil euros e que será candidatado a fundos comunitários.
A candidatura, que foi desenvolvida ao longo dos últimos dois meses, vai ter de ser entregue até segunda-feira, dia 09 de setembro. O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, destacou a rapidez do processo, que disse ter sido fundamental para aproveitar "esta oportunidade única" de ajudar à criação de mais empresas e mais emprego.
"Não podíamos ficar agarrados a vírgulas", acrescentou o autarca, numa crítica implícita aos dois vereadores do PS que na reunião de câmara de 30 de agosto votaram contra o protocolo por não concordarem com a alínea que previa a possibilidade da Nersant vir a ceder a empresas, a troco de dinheiro, espaços disponibilizados gratuitamente pelo município.
O acordo de cedência das instalações tem um prazo de 10 anos, renovável automaticamente por iguais períodos. O protocolo prevê também que o pagamento das obras que não sejam financiadas pela União Europeia seja assumido pela Nersant, que fica ainda responsável pelas despesas na utilização do espaço, nomeadamente água, luz e telecomunicações.
Ao abrigo deste acordo, a Nersant vai ainda disponibilizar as suas equipas técnicas para apoiar todos os empreendedores do concelho que o solicitem. "Não queremos que as empresas sejam criadas para fechar logo a seguir mas para terem continuidade. Para isso precisam de espaço mas também de apoio, conhecimento jurídico e de gestão. Muitas pessoas não têm formação nestas áreas, mas têm ótimas ideias para criar o seu próprio negócio e dar emprego a outras", explicou Salomé Rafael.
A Nersant quer aproveitar o facto das futuras instalações terem um espaço amplo para fomentar a investigação e a inovação. O projeto prevê a construção de laboratórios que irão servir não só para empresas, mas também para parcerias com universidades e politécnicos da região no âmbito da investigação ligada ao setor agroalimentar e não só.