O protocolo entre os responsáveis da Agroglobal e a administração do CNEMA foi assinado na tarde desta quinta-feira, 9 de setembro, na cerimónia de encerramento da feira, que se realizou nos últimos três dias em plena lezíria ribatejana.
Comparando a histórica Feira Nacional de Agricultura com a ainda jovem Agroglobal, Joaquim Pedro Torres (Peu), que com Manuel Paim criou o certame em 2009, diz que o setor evoluiu muito e, se numa primeira fase fazia sentido separar os dois eventos, agora “chegou uma altura em que conseguimos perceber que o caminho estava por aí”.
Joaquim Pedro Torres justifica a decisão de mudar o local da feira e a sua organização pelo facto de, em pleno campo, as infraestruturas começarem a ceder e revela que na segunda-feira, durante as montagens, o recinto da Agroglobal parecia uma zona de guerra, com todos a ralharem e a gritarem. “Dá-se a volta, mas sempre de improviso por estarmos no meio do campo”, afirmou.
“Esta é a altura ideal para pensarmos em levar esta feira para um sítio onde haja condições e infraestruturas para alojar aquilo que esperamos seja cada vez mais gente”, referiu Peu Torres, defendendo o “enorme potencial” da feira e garantindo que o CNEMA é “a entidade certa para assegurar para a Agroblobal um futuro para muitos anos e sempre a crescer”.
“Não crescer é andar para trás. Penso que a nova orientação vai sempre tentar promover uma relação com a qualidade”, concluiu recordando que já fez várias coisas em conjunto com o CNEMA, numa intervenção que acabou com uma enorme e demorada salva de palmas.
“TEMOS DE TIRAR O CHAPÉU AO PEU E AO MANEL”
Do lado do Centro Nacional de Exposições, o presidente do Conselho de Administração, Eduardo Oliveira e Sousa, que é também presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), principal acionais do parque de exposições, começou por elogiar os dois fundadores da Agroglobal.
“Temos de tirar o chapéu ao Peu e ao Manel”, que arriscaram numa aventura diferente e criaram uma feira que hoje já não é deles. “É do setor, é das empresas”, disse, acrescentando que quer que ambos se mantenham “muito participantes nesta transição”.
“Isto que aqui está à nossa vista não é repetível e é muito difícil de fazer noutro lugar”, disse Oliveira e Sousa, explicando que a assinatura do protocolo de hoje “é o primeiro passo mas com o desejo que a Agroglobal consiga ser daqui a muitos anos um símbolo da agricultura em Portugal”.