
“Tenho medo é de outro artista que está em campo”, escreveu António Gonçalves num comentário a uma notícia do jornal “Record”, que agora merece indignação dos responsáveis da arbitragem.
Segundo o Record, a queixa estende-se a Guilherme Pascoal, vogal no mesmo órgão, que na resposta ao comentário de António Gonçalves, escreveu “concordo contigo plenamente”.
“ESTAVA A FALAR DA EQUIPA DO BENFICA”
Questionado pela Rede Regional, António Gonçalves nega qualquer crítica ao árbitro e garante que quando usou a palavra “artista” estava a falar de um jogador do Benfica. “O comentário era num contexto sobre o 11 do Benfica e não do árbitro”, refere o dirigente, não querendo concretizar o nome do atleta mas que o nosso jornal sabe que seria o alemão Draxler.
Lamentando as dimensões atingidas por um comentário completamente inocente, António Gonçalves garante que nunca comentou publicamente qualquer assunto relacionado com qualquer árbitro português e que até aprecia Fábio Veríssimo, que considera um dos bons árbitros portugueses.
António Gonçalves revela que assim que soube da notícia e da proporção que o assunto estava a tomar, ligou ao presidente do Conselho de Arbitragem da AFS, Jorge Maia, a quem colocou o lugar à disposição. “Não estou agarrado ao cargo e não tenho nada a esconder porque não fiz nem disse nada de mal”, reafirma, avançando que Jorge Maia lhe disse para esquecer o assunto e seguir em frente.
Contactado pelo nosso jornal, Jorge Maia recusou qualquer comentário sobre o assunto.
O INCÓMODO DA FAMÍLIA E A OPINIÃO DE DUARTE GOMES
Não escondendo que é sócio do Benfica há 35 anos, o vice-presidente do Conselho de Arbitragem da AFS, responsável pelas nomeações dos árbitros dos jogos distritais, só lamenta o incómodo que o assunto está a causar à família e os comentários de alguns responsáveis que nem sequer tiveram a frontalidade de lhe perguntar do que estava a falar no comentário.
Em causa está a publicação do ex-árbitro e atual comentador Duarte Gomes, que afirmou que António Gonçalves não tem condições para a continuidade no cargo. “Um Vice-Presidente de um Conselho de Arbitragem não pode nunca, sob pretexto algum, ter este posicionamento em relação a árbitros, arbitragens ou outros temas que, da sua parte, exijam equidistância ética e profissional. Qualquer pessoa tem o direito a exercer o seu ponto de vista pessoal, mas quem tem cargos relevantes no futebol – e em particular no setor da arbitragem – está «moralmente obrigado» a ponderar o que diz, como e onde o diz”, disse Duarte Gomes na sua página de Facebook.
“Eu gostava de lhe responder mas já me disseram para não o fazer”, concluí António Gonçalves, reafirmando-se de consciência tranquila.