O presidente do Instituto Politécnico de Santarém (IPS), Jorge Justino, não quis contraria o parecer desfavorável da Assembleia de Escola e não autorizou que a Associação Académica de Santarém avançasse com um projecto para o arrelvamento do antigo campo de râguebi da Escola Superior Agrária de Santarém (ESAS).
O assunto, que tem provocado uma acesa polémica nos últimos dias, chegou mesmo a ser discutido esta segunda-feira na reunião do executivo camarário de Santarém, tendo o presidente da autarquia, Ricardo Gonçalves, falado pessoalmente com o presidente do politécnico para tentar que este viabilizasse o avanço do projeto.
No entanto Jorge Justino decidiu mesmo acatar a decisão da Assembleia de Escola, um órgão consultivo onde há representantes dos professores, estudantes e funcionários da escola e também do município.
“Disse-lhe que a posição da câmara era compartilhada por todas as forças políticas mas, mesmo assim, respondeu que não ia contrariar a decisão da Assembleia de Escola”, revelou Ricardo Gonçalves à Rede Regional, acrescentando ainda que recordou a Jorge Justino uma decisão da anterior presidente do IPS, Lurdes Asseiro, que contrariou um parecer do mesmo órgão, o que permitiu avançar com as obras do atual complexo desportivo instalado na ESAS.
Recorde-se que o projecto que a Académica queria candidatar a um programa da Federação Portuguesa de Futebol destinado à melhoria de infraestruturas desportivas não teria qualquer custo para o IPS.
O projeto, que tinha de ser entregue até ontem para poder ser apoiado, tem um valor a rondar os 190 mil euros e previa a colocação de relva sintética no antigo espaço, atualmente pelado e sem grande utilização desde que o râguebi se mudou para o novo campo da antiga Escola Prática de Cavalaria.
A principal justificação para a decisão desfavorável da assembleia de escola da ESAS tem a ver com o facto do antigo campo ser utilizado, uma vez por ano, para a realização de um festival hípico.
Ao que foi revelado na reunião em que o assuno foi discutido, entre os dez votantes, apenas um professor e a representante da Câmara de Santarém, a vereadora Inês Barroso, que detém o pelouro do desporto, votaram a favor.
A decisão de Jorge Justino deixou um enorme desalento nos responsáveis da Académica de Santarém. O presidente, António Torres, contactado pela Rede Regional, não percebe como é possível chumbar-se um projeto que iria beneficiar a comunidade e valorizar as instalações da própria Escola Agrária.