O Festival Vapor regressou ao Entroncamento, entre os dias 12 a 14 de setembro, na sua 5.ª edição, este ano com o tema “Fantasiar o Futuro”. São já cinco edições de um mix perfeito entre a estética steampunk e o local, que não podia ser mais apropriado: o Museu Ferroviário. Um local que reúne ótimas condições logísticas para este evento. Como resultado, também pelas escolhas acertadas na programação, temos um dos mais originais e conseguidos festivais em Portugal.
Organizado pelo Município do Entroncamento e pelo Museu Nacional Ferroviário, o Festival Vapor mais uma vez resgatou a história e celebrou a fantasia durante três dias.
Este ano apresentou uma programação contemporânea, com concertos, filmes, exposições, literatura, uma feira do livro, bancas de artesanato, oficinas e muitas iniciativas para todas as idades. E há sempre oportunidade para visitar o espaço do Museu Ferroviário, o Museu, a Rotunda das Locomotivas, e as carruagens antigas.
Destacamos a praça de restauração, com opções de comes e bebes, onde não havia filas, e onde se podia ter a experiência de fazer a refeição numa antiga carruagem restaurante da CP. De notar que, algumas destas bancas eram da responsabilidade de associações locais, que assim terão ganho algum rendimento para o desenvolvimento das suas atividades.
Este ano atuaram Selma Uamusse, Expresso Transatlântico, Bia Maria + Orfeão do Entroncamento, Memória de Peixe, Bateu Matou e Sarah McCoy.
Destaque ainda para o espetáculo “Viva la Muerte!” dos Mão Morta, em que a banda de Adolfo Luxúria Canibal se apresentou no sábado à noite. Viva la Muerte! é um grito pela democracia, um disco que alerta para os perigos dos totalitarismos. Os Mão Morta tocaram na íntegra este disco que também celebra os 50 anos do 25 de Abril e os 40 anos da banda. Um concerto temático que os Mão Morta têm levado a vários pontos do país, que já passou por Ourém, sendo o próximo concerto no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, a 20 deste mês.
O Steampunk é uma estética que resulta de um subgênero da ficção científica que imagina um passado alternativo onde a tecnologia a vapor é a força motriz do desenvolvimento, combinando a estética da era vitoriana com elementos retro-futuristas de fantasia e inovação.
As raízes do steampunk são encontradas nas obras de autores como Jules Verne e H.G. Wells, que já exploravam tecnologias a vapor em suas histórias.
O termo steampunk surgiu no final dos anos 80, quando autores como K.W. Jeter o usaram para descrever seus próprios trabalhos que se passavam em cenários vitorianos alternativos.
Texto e fotos: Ricardo Aurélio