Do investimento total, a Câmara de Abrantes suportou cerca de 3,8 milhões de euros, tendo contado com um apoio do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) de 2,5 milhões de euros na obra de requalificação física do convento, “sendo o restante investimento relativo a estudos, elaboração e conceção do projeto, a par de processos de investigação, promoção e divulgação das diversas coleções do acervo”, segundo a Agência Lusa.
O MIAA, projeto do arquiteto Carrilho da Graça, ocupa todos os espaços disponíveis dos dois pisos do antigo convento com áreas de exposições, permanentes e temporárias, onde ficará parte da coleção de arqueologia e arte municipal, o espólio de pintura contemporânea da pintora Maria Lucília Moita e a coleção arqueológica Estrada, propriedade da Fundação Ernesto Lourenço Estrada, Filhos.
“São cerca de cinco mil as peças recolhidas no que foi o antigo território da Lusitânia e que fazem parte das coleções da Fundação Estrada, das quais 537 estão selecionadas para exposição pública ao nível de ourivesaria ibérica, armaria e arte sacra dos séculos XVI a XVIII, além de coleções de numismática, arquitetura romana, medieval e moderna, relógios de várias épocas e uma exposição de arqueologia e história local”, segundo a Agência Lusa.
Uma das alas do MIAA será formada por artefactos arqueológicos pré e proto-históricos em pedra, cerâmica, bronze e outros materiais que representam a vida económica e social de várias culturas e povos que viveram no território que hoje é Portugal.
A coleção das cerca de cinco mil peças arqueológicas referentes ao período anterior à fundação da nacionalidade, relacionadas com a Lusitânia, foram “recolhidas e adquiridas em leilões” ao longo de meio século, em vários pontos da Península Ibérica.
As exposições permanentes cruzam a arqueologia e o património artístico de várias épocas, com destaque para a arte contemporânea, apresentando a obra pictórica de Maria Lucília Moita (já do século XXI), em relação com os seus próprios carvões sobre papel e com a fase mais abstrata da sua obra, nos anos 70 do século XX.
O cruzamento do discurso da Arqueologia e da Arte Antiga com a Arte Contemporânea, enquanto porta aberta tanto para o futuro como para o passado, está patente nas duas salas que recebem exposições temporárias com obras da Coleção de Arte Contemporânea Figueiredo Ribeiro.
As restantes salas de exposições temporárias acolherão ao longo do tempo exposições diversas com obras relevantes, contando a inauguração do MIAA com a apresentação da Exposição “Memórias Futuras” – Coleção de Arte Contemporânea do Estado.