O Núcleo de Santarém da Liga dos Combatentes, comemorou, na sexta-feira, 11 de abril, no jardim das Portas do Sol, junto ao Monumento do Soldado Desconhecido, em Santarém, o 107º Aniversário da Batalha de La Lys, e o Dia Nacional do Combatente.
O presidente do núcleo, Sargento-Chefe de Cavalaria, Carlos Pombo, no seu discurso alusivo à efeméride, destacou a importância do momento, “em sinal de respeito, saudade, gratidão e evocação a esta tão sentida, justa e nobre homenagem aos militares que serviram a nossa Pátria. Onde muitos, colocaram ao seu serviço, o bem mais precioso e sagrado que possuíam: a própria vida”.
Carlos Pombo historiou ainda os acontecimentos que se verificaram a 9 de abril de 1918, na Batalha de La Lys, a Sul da Flandres, em plena 1ª Guerra Mundial, onde as forças portuguesas comandadas pelo General Gomes da Costa e constituídas por duas divisões pertencentes ao Corpo Expedicionário Português, com um efetivo de 20 mil homens, devidamente apoiados por 88 peças de artilharia, encontravam-se instaladas no terreno pertencente ao Campo de Batalha, ocupando uma frente com 11 quilómetros.
Os combatentes portugueses, foram esmagados por uma força alemã muito superior em número, constituída por oito divisões, pertencentes ao 6º exército alemão, com cerca de 100.000 homens e apoiados com 1.700 peças de artilharia.
Apesar disso, Carlos Pombo enfatizou que “a tropa portuguesa conseguiu, bater-se com imensa determinação, garra e coragem, resistindo até ao limite das suas forças, no cabal cumprimento do seu dever e missão”. A Batalha de La Lys, foi considerada, lembrou, “o maior desastre português, depois de Alcácer-Quibir, verificada em 1578”.
As Forças Portuguesas, foram trucidadas e reduzidas a pouco mais de uma divisão, sofrendo milhares de baixas: cerca de 1.300 mortos, 4.600 feridos, 2.000 desaparecidos e mais de 7.000 Prisioneiros.
Destacou ainda “a bravura do nosso herói português, Soldado Aníbal Augusto Milhais, acabando por ficar conhecido na nossa História pelo ”Soldado Milhões”.
Já o presidente da Câmara de Santarém, João Teixeira Leite, evocou a importância das mulheres, realçando a criação do movimento “Cruzada das Mulheres Portuguesas”, que terá mobilizado “um número de notáveis mulheres, constituído essencialmente, pelas mães, esposas, namoradas e irmãs, centrando-se estas em inúmeras iniciativas beneficentes e assistenciais no apoio às famílias dos soldados mobilizados para integrar o Corpo Expedicionário Português, na Flandres e no auxílio aos Combatentes, gaseados, mutilados e prisioneiros de guerra portugueses.
A cerimónia incluiu a deposição de flores, junto ao Monumento do Soldado Desconhecido, seguindo-se o Toque de Homenagem aos Mortos.