Segundo a agência Lusa, que falou com o historiador em Madrid, “o plano da ocupação de Portugal previa o envio de 250 mil soldados por terra que se deslocariam em duas linhas, para dividir o país em três, o que facilitaria o controlo do território”.
A primeira dessas linhas e atravessaria a fronteira através da Guarda, Celorico e Coimbra, seguindo o rio Tejo até chegar a Lisboa, enquanto a segunda sairia da Extremadura espanhola e passaria por Elvas e Évora, em direção a Setúbal, agrupando-se as duas em Abrantes.
O historiador e professor universitário é autor do livro “A Grande Tentação” publicado em 2008, que revelou um plano militar muito detalhado elaborado em 1940 para invadir Portugal e que Francisco Franco ocultou até à sua morte em 1975.
Para Ros Agudo o ditador estava a preparar-se para a reação da Inglaterra no caso de Espanha deixar de ser um país neutral e se alinhasse com Alemanha e Itália.
Ao mesmo tempo, a força aérea espanhola iria atacar as bases aéreas inimigas em Portugal, destruiria os nós de comunicação, apoiaria o exército terrestre e sobrevoaria os mares Cantábrico e o Mediterrâneo para antecipar possíveis incursões de Inglaterra.
Manuel Ros Agudo lamenta ainda que um setor de académicos espanhóis “mais franquista” continue a “desvalorizar” a importância deste plano.