A Câmara Municipal de Tomar já submeteu a candidatura da Festa dos Tabuleiros à “Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade” à Comissão Nacional da UNESCO, no passado dia 14 de março.
Esta iniciativa “visa a salvaguarda e reconhecimento desta manifestação patrimonial enquanto reflexo da comunidade tomarense, bem como dos processos sociais e culturais nos quais teve origem, com que evoluiu e em que persiste na contemporaneidade”, explica uma nota de imprensa da autarquia.
Com a candidatura, “pretende-se garantir que a Festa dos Tabuleiros, evento que congrega particularidades próprias e únicas onde se evidencia o forte envolvimento comunitário, seja reconhecida como símbolo cultural no contexto nacional e internacional”, acrescenta a mesma nota.
A Festa dos Tabuleiros integra-se nas festividades em honra do Divino Espírito Santo e realiza-se em Tomar, geralmente de quatro em quatro anos, assumindo este formato desde 1987.
Esta manifestação religiosa e cultural integra vários segmentos festivos para além do Grande Cortejo dos Tabuleiros, iniciando-se com a Procissão das Coroas e Pendões do Espírito Santo no Domingo de Páscoa.
A partir do último fim-de-semana de junho ou do primeiro de julho, durante um período de dez dias, várias atividades como o Cortejo dos Rapazes, os Jogos dos Rapazes, as Ruas Populares Ornamentadas, o Cortejo do Mordomo, Cortejos Parciais e Jogos Populares complementam-se até ao Cortejo dos Tabuleiros que ocorre no domingo, culminando com a distribuição de géneros alimentares, a Pêza, sempre à segunda-feira.
O Cortejo consiste na apresentação de ofertas, os Tabuleiros, que representam o cumprimento de promessas ao Divino Espírito Santo, alcançando-se nele o momento de maior adesão popular. A transmissão desta manifestação é intergeracional e efetua-se através da oralidade, observação e prática, com destaque para a participação feminina na qualidade de portadora do Tabuleiro, envolvendo todos os elementos da comunidade e fortalecendo os laços de pertença e de construção identitária.
Em 2018, o Município de Tomar celebrou um protocolo com o Instituto de História Contemporânea, da Universidade Nova de Lisboa, a partir do qual se desenvolveu a pesquisa com o intuito de formalizar a candidatura da Festa dos Tabuleiros ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
O processo culminou com a inclusão da Festa dos Tabuleiros no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, anunciado em Diário da República a 8 de maio de 2023.