O espetáculo, que junta poesia, teatro e música, criada exclusivamente para a obra, a cargo do grupo de acordeonistas portugueses “Danças Ocultas”, apresenta aos espetadores uma multiplicidade de perspetivas sobre a sociedade, aspeto característico da escrita de Fernando Pessoa.
Ao regressar à infância do poeta do século XX, a obra debate temas como a solidão, a confusão da cidade e a fantasia, contando ainda com várias narrativas, que do início ao fim fazem uso da ironia. A interpretação completa-se ainda com o som e luz cénica, que aqui se revelam centrais para a experiência do espetador.
Segundo o ator e encenador da peça, João Garcia Miguel, “há textos da literatura portuguesa que são incontornáveis e que, pela sua força e história, nunca desaparecem do nosso imaginário. O poema ‘Ode Marítima’ é um deles, e, por isso, quisemos trazê-lo a palco com uma roupagem diferente, mais adaptada aos dias de hoje, e longe de uma leitura direta e naturalista do texto original”.
João Garcia Miguel vai estar no palco acompanhado por Artur Fernandes, Filipe Ricardo, Filipe Cal e Francisco Miguel, que juntos, formam o quarteto “Danças Ocultas”.
Publicada por Fernando Pessoa no n.º 2 da revista Orpheu, a ‘Ode Marítima’ é assinada e atribuída ao seu heterónimo Álvaro de Campos, engenheiro naval, que celebrou, através da poesia, o triunfo da máquina e da civilização moderna.