Há dez edições que o Bons Sons é mais do que um festival, é uma aldeia viva, uma grande festa da cultura portuguesa, muito em especial da melhor música que se faz por cá, proporcionado a descoberta de projetos emergentes e o reencontro com músicos consagrados.
Este ano o recinto estava maior para receber o público, privilegiando o seu bem-estar, embora no dia dez, sábado, se notasse que havia muita gente por todas as áreas, dificultando a circulação entre os vários espaços e o acesso aos concertos.
No primeiro dia, a chuva ainda apareceu para o concerto dos Diabo na Cruz, que, mesmo assim, foi um dos espetáculos mais intensos desta edição.
Nesta edição houve uma programação especial com bandas a assinalar a décima edição, com destaque para os Diabo na Cruz e seis duplas para sete concertos. As duplas foram os First Breath After Coma com Noiserv; Glockenwise com JP Simões; Joana Espadinha com Benjamim; Lodo com Peixe; Sensible Soccers com Tiago Sami Pereira e Sopa de Pedra com Joana Gama.
Ao longo dos quatro dias o público vibrou também com as atuações de Pop Dell’Arte, X-Wife, Três Tristes Tigres, Tiago Bettencourt, Júlio Pereira, Luísa Sobral, Helder Moutinho, Budda Power Blues & Maria João, Dino D’Santiago e Stereossauro, entre muitos outros.
Para além dos concertos principais, aconteceram muitas outras atividades na aldeia de Cem Soldos, como a mostra de fotografias, a feira de artesanato, os já habituais jogos do Helder, espetáculos de dança, debates / conversas, a performance Volta a Portugal em Coreto, poesia, dança, teatro, um espaço para as crianças, destacando-se a apresentação do livro ilustrado Bons Sons x 10 – Uma Aldeia em Manifesto, que relembra as edições anteriores.
Tudo coube num festival que é um projeto comunitário, sem fins lucrativos. Feito pelas pessoas da aldeia num regime de voluntariado. As receitas geradas pela bilheteira e produtos da loja Bons Sons, são aplicadas em projectos sociais e culturais, que ao longo do ano beneficiam a aldeia e a qualidade de vida da sua população.
Nota ainda para algo de especial nesta festa, onde as pulseiras de entrada do público podiam ser carregadas com um valor em euros e a partir dai todos os pagamentos, de bebidas e comida e outros produtos, eram feitos com o valor nas pulseiras. Muito simples, sem contas e trocos.