A cidade de Santarém prestou homenagem a uma das suas mais ilustres personalidades ligadas ao ensino e à cultura: o historiador Joaquim Veríssimo Serrão, que tem desde sábado, 12 de julho, uma estátua junto ao centro de investigação que tem o seu nome e que ajudou a fundar, em Maio de 2012.
A homenagem partiu de um grupo de velhos amigos dos tempos de liceu do professor jubilado, que ainda conserva o título de presidente de honra da Academia Portuguesa de História.
"Não envelheceu ainda a lição clássica que as terras se enobrecem pelo nome dos seus filhos e que pela vida deram lustre ao seu berço. Felizmente, a história é o veículo que trava o combate contra o esquecimento", afirmou o também historiador scalabitano Martinho Vicente Rodrigues, durante a cerimónia, explicando que esta foi também uma homenagem ao cidadão devotado à sua terra.
Mesmo debilitado fisicamente pelos seus 89 anos de idade, o Joaquim Veríssimo Serrão não faltou à cerimónia e assistiu da primeira fila ao desenrolar da bandeira que cobria a estátua.
"Infelizmente, a doença atacou o nosso amigo há três anos, proibindo-o de se debruçar totalmente sobre a atividade que mais gostava de praticar, a investigação histórica", lamentou João Moreira, que falou em nome do grupo de amigos, afirmando não ter dúvidas que "não fosse essa triste circunstância e apesar da sua proveta idade, ainda nos brindaria com mais algumas interessantes obras".
A homenagem contou ainda com a presença dos filhos, netos e bisnetos do historiador, que se disseram sentidos, comovidos e reconhecidos no trabalho do escultor leiriense Fernando Marques.
"A estátua efetivamente retrata muito bem o meu pai", afirmou Vítor Veríssimo Serrão, filho do historiador, sublinhando que o trabalho "respeita aquilo que é fundamental destacar: o académico, o homem da história, o catedrático, o escritor e o investigador vestido iconograficamente como tal".
A estátua foi simbolicamente colocada junto ao antigo Presídio Militar de Santarém, que hoje acolhe o Centro de Investigação Joaquim Veríssimo Serrão, um projeto erigido após o historiador ter doado à cidade que o viu nascer cerca de 40 mil volumes da sua biblioteca pessoal, além de dezenas de manuscritos, objetos pessoais, diplomas e condecorações.
Dirigido por Martinho Vicente Rodrigues, o centro é hoje um polo de investigação dinâmico e procurado por historiadores e professores nacionais e estrangeiros.
Grupo de amigos oferece estátua a Veríssimo Serrão
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