O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda vai questionar o governo sobre a estratégia que tem para o sector da produção de beterraba sacarina e que soluções pensa adotar para aumentar as quotas de produção de açúcar de beterraba, em sede de negociação da Política Agrícola Comum (PAC).
A decisão foi tomada após uma visita de dois elementos do secretariado da Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda de Santarém, à empresa DAI – Sociedade de Desenvolvimento Agro-Industrial, em Coruche, que se dedica à refinação de açúcar.
Com uma capacidade de refinação instalada de 250.000 toneladas/ano de produção de açúcar, esta empresa surgiu na altura do desenvolvimento de um projecto nacional de produção de açúcar de beterraba, em 1997. Chegou a sustentar 2.000 postos de trabalho directos e indirectos, na área máxima do cultivo de 8000 hectares cultivados.
Com a aplicação das políticas da PAC, as quotas portuguesas de produção de açúcar de beterraba foram sendo reduzidas drasticamente, a ponto de inviabilizar a sua transformação industrial, e levando ao abandono do cultivo. Dessa forma, as produções do centro da Europa, eixo França-Alemanha, libertaram-se da concorrência.
Sendo a produção de beterraba na Europa, neste momento, deficitária, o Bloco de Esquerda do distrito de Santarém considera que é a oportunidade de Portugal – e a região – recuperarem as suas quotas, criando uma rotação sazonal com o cultivo do milho, o que poderia ser um bom aproveitamento de novas áreas de regadio.
Recorde-se que em Janeiro, o grupo parlamentar do PSD apresentou um projecto de resolução na Assembleia da República que visava relançar a produção de beterraba sacarina em Portugal, documento que, a ser aprovado e implementado, permitiria que as instalações fabris da DAI, em Coruche, voltassem a laborar com esta matéria-prima.
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