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Vítor Catulo

vitor catulo newConheci o escritor Joel Neto quando ele era ainda um jornalista, em início de carreira, no jornal Record. Corria o ano de 1998 e eu exercia funções no Comando da PSP de Angra do Heroísmo. Investigações que leváramos a bom porto sobre crimes de abuso sexual de crianças na Ilha, com meia dúzia de pedófilos em prisão preventiva (viriam todos a ser condenados a pesadas penas) haviam dado brado na imprensa nacional. Daí que, sendo filho da terra, aproveitou uma visita para me entrevistar sobre o assunto para o seu jornal.

Desde aí estabeleceu-se entre nós uma relação de grande cordialidade e simpatia. Não é difícil não se simpatizar com Joel Neto.

Sem a maioria de nós se aperceber, todos vivemos rodeados por três ciclos, imaginários, que condicionam e regulam as nossas vidas: o íntimo, o familiar e o social. Este último é o mais alargado e nele cabe todo aquele lote de pessoas que vamos conhecendo no dia a dia e ao longo da vida. Joel pertence ao meu círculo social e convidou-me em maio passado para o lançamento do seu último livro “ A Vida no Campo”. Aceitei o convite com agrado e li o livro com redobrado prazer pois mergulhei no tempo em algumas passagens. Trata-se de um relato nostálgico, mas vibrante e encantador, de um quotidiano descomplicado de gente simples numa terra mágica.

Estabeleci mentalmente uma similaridade com uma outra que conheci há muitos anos e onde  me encontro hoje a escrever esta crónica: Moçambique. Muitos falam hoje em Portugal desta antiga colónia - aqueles que a conheceram outrora - com saudade, outros por apenas lerem ou ouvirem falar. Àqueles será tarefa inglória explicar-lhes que a História é imparável e nada é como ontem. A esses outros será como explicar o sabor de um fruto a quem nunca o comeu. Viver em Moçambique é quase como viver no campo: sem grandes certezas mas com a certeza de que se vive feliz. Amanhã logo se verá. Esta forma de se estar contrasta com a que vivemos em Portugal, continental, uma sociedade que estamos a construir cada vez mais proibitiva e regulamentada. Manter as aparências e cultivar o “socialmente correto”, não fazem de nós cidadãos necessariamente felizes. As perturbações psicológicas aumentaram e o consumo de ansiolíticos subiu em flecha. Um preço elevado!

A verdadeira felicidade não é ter coisas, mas viver com simplicidade. Há terras assim, como a Terceira e Moçambique, e pessoas que vivem nelas assim. Às vezes é preciso começar-se do zero, como se o passado não tivesse existido. Noutras, é ir provar-se o fruto.

 



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